Horário das Missas

(pela importância deste informativo, as mensagens novas estão abaixo, e não acima)




segunda
07:00, 09:00, 16:00 e 18:00 h.

terça
Proclamação da Palavra 08:00 h

quarta
Celebração de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 08:00 h

quinta
Adoração do Santíssimo Sacramento 08:00 h

sexta
Missa 08:00 h
Na primeira sexta do mês: Missa da Unção dos Enfermos (popularmente chamada de "Missa da Cura")

sábado
Missa 08:00 h

domingo
Missa 09:30 h


Missionários Redentoristas
Rua Alto da Federação, s/n - Alto da Federação
40210-710 - Salvador-BA- Fone (71) 3247-4972




Altar








São Lázaro





"Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e vivia no luxo todos os dias. Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas; este ansiava comer o que caía da mesa do rico. Até os cães vinham lamber suas feridas. "Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também morreu e foi sepultado. No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abraão de longe, com Lázaro ao seu lado. Então, chamou-o: 'Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste fogo'. "Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembre-se de que durante a sua vida você recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora, porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento. E além disso, entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem'. "Ele respondeu: 'Então eu te suplico, pai: manda Lázaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento'. "Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam'. 'Não, pai Abraão', disse ele, 'mas se alguém dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam.' Abraão respondeu: 'Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos' ".

Lucas 16:19-29



São Roque



Não existem grandes certezas sobre a vida de São Roque, permanecendo a maior partes dos seus dados biográficos envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (aportuguesado para Roque) seria o seu nome de família e não o nome de baptismo (está documentada a existência no século XII de uma família com aquele apelido na cidade).

Embora haja considerável variação nas datas apontadas para o seu nascimento e morte (consoante os hagiógrafos, a data de nascimento varia de 1295 a 1350; a da morte de 1327 a 1390), Roque terá nascido em Montpellier, França, por volta de 1350, e falecido na mesma cidade em 1379 (embora outra versão da sua biografia o dê como morto naquele mesmo ano, mas na Lombardia). Sabe-se contudo que terá falecido jovem.

Era filho de um mercador rico, de nome João, que teria funções governativas na cidade, e de sua mulher Libéria. Estava ligada a famílias importantes de Montpellier, sendo herdeiro de considerável fortuna.

Diz a lenda que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Roque terá ficado órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio. Terá estudado medicina na sua cidade natal, não concluindo os estudos.

Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, partindo de seguida em peregrinação a Roma.

No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente, próxima de Viterbo, encontrou-a assediada pela peste (aparentemente a grande epidemia da Peste Negra de 1348). De imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando as primeiras curas milagrosas, usando apenas um bisturi e o sinal da cruz. De seguida visitou Cesena e outras cidades vizinhas, Mântua, Modena, Parma, e muitas outras cidades e aldeias. Onde surgia um foco de peste, lá estava Roque ajudando e curando os doentes, revelando-se cada vez mais como místico e taumaturgo.

Depois de visitar Roma (período que alguns biógrafos situam de 1368 a 1371), onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertenceria a um rico-homem, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o terá ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida.

Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador, que alguns biógrafos afirmam seria um seu tio materno, que declarou não o conhecer. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão (alguns biógrafos dizem ter sido 5 anos) até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito.

Uma versão alternativa situa o local da prisão em Angera, próximo do Lago Maggiore, afirmando que teria sido mandado prender pelo duque de Milão sob a acusação de ser espião a soldo do Papa. Não se podendo livrar da acusação de espionagem (ou de disseminar a peste), morreu prisioneiro naquela cidade (diz-se que em 1379).

Embora não haja consenso sobre o local do evento, parece certo que ele morreu na prisão, depois de um largo período de encarceramento.

Descoberta a cruz no peito, a fama da sua santidade rapidamente se espalhou por todo o sul de França e pelo norte da Itália, sendo-lhe atribuídos numerosos milagres. Passou a ser invocado em casos de epidemia, popularizando-se como o protector contra a peste e a pestilência. O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamaria Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada.

fonte:
Wikipedia


História da Igreja





          O Santuário de São Lázaro e São Roque é mais antigo do que a Igreja mais famosa de Salvador, a do Senhor do Bonfim. O mais antigo documento histórico que fala sobre a existência da Capela de São Lázaro é de 12 de outubro de 1737. Ao Santuário de São Lázaro estava ligado o hospital chamado de “Lazareto”, afastado do centro de Salvador, destinado ao tratamento das pessoas portadoras de doenças contagiosas, dentre elas, os escravos trazidos da África. 
          É uma das quatro capelas baianas em estilo colonial do início do século XVIII. Seus frequentadores, em sua grande maioria, são de raízes afrodescendentes, vindos das periferias de Salvador. Eles têm um sentimento de pertença muito grande ao patrimônio construído pelos seus ancestrais e sentem que este lugar, além de sagrado, é parte da história de lutas, sofrimentos e conquistas do seu povo. O Santuário recebe também uma boa presença de turistas de outros estados, principalmente do Rio de Janeiro. 
          Três festas marcam o Santuário: a de São Lázaro, no último domingo de janeiro; a de São Roque, em 16 de agosto, e a de São Benedito, na última segunda-feira de novembro.           Em pesquisa realizada em março de 2009, os devotos demonstraram seu carinho pelos Missionários Redentoristas que ali trabalham, principalmente pelo respeito aos traços de sua cultura afrodescendente. 





Outras Atividades


Meditações Luminosas - Terça do Alimento
09:00 h


TRAGA 1 KG DE ALIMENTO

Meditação ecumênica, universalista
Facilitador: Giancarlo Salvagni

CALENDARIO

agosto 27 - "Oi, eu sou o Zé!"
setembro 3  - Maria 
setembro 10 - Sobre o Medo
setembro 17 -Confiar em Deus
setembro 24 - Anjo da Guarda
outubro 1 - Meditação dos Anjos


"Didática" da doação das roupas usadas:
Veja bem: quando doamos roupas, é necessário que elas estejam limpas, em ordem! Os pobres não tem agulha, linha, botão, zíper para trocar, etc!!!! Então, nada é obrigatório, mas se vai doar, faça direito, coloque-se no lugar do pobre (muuuuito pobre na maioria das vezes!) e veja como você gostaria de ganhar uma roupa, tão necessária!
Vamos caprichar?
A soma dos nossos esforços trará conforto e alívio para muita gente, creiam!

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"Meditação não é simplesmente pensar em Deus. 
É uma percepção real da presença de Deus. 
Meditação é um processo de percepção; 
trata-se de perceber Aquele que já está aqui".
Swami Ashokananda


A verdadeira meditação é um bater na porta 
do santuário existente no interior do coração. 
Esta meditação mais elevada, praticada intensa e persistentemente, 
irá por fim abrir a última porta 
para o mundo da divina luz, conhecimento e bem-aventurança.
Swami Bhajanananda


A caridade é o amor,
É o sol que Nosso Senhor
Fez raiar claro e fecundo
Alegrando nesta vida
A existência dolorida
Dos que sofrem nesse mundo.
Casimiro Cunha

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Sobre o Sincretismo



Sobre o Sincretismo

           Vejo o sincretismo como um fenômeno inter-cultural, presente no intercâmbio entre todas as culturas do planeta. Não é uma exclusividade afro-brasileira!
           Talvez a passagem da Torre de Babel possa sugerir uma boa inspiração de aceitação e tolerância para com toda e qualquer pessoa que tenha uma cultura diferente da nossa. Essa passagem sugere que as "diferenças" sempre tiveram uma origem comum. O que nos falta é aceitação e tolerância, capazes de nos dar a dignidade de sermos cristãos verdadeiros.
           É engraçado: do mesmo jeito que o povo radical do Candomblé vocifera que Yansã não é Santa Bárbara, leio hoje um padre, entre muitos representando a Igreja Católica, argumentando que Maria não é Yemanjá. Ora, em ambos os casos, o que está em curso, no meu entendimento, é uma visão excessivamente "ao pé da letra"!
           Não creio, de forma alguma, nem que os fiéis populares façam uma associação tão grosseira do ponto de vista material e histórico (sobretudo histórico), quanto mais os fiéis "esclarecidos e letrados", como diz o padre. A comparação histórica, por si só, é tosca demais para se levar a sério o argumento.
           O foco da questão é outro. O sincretismo se dá pela mais espontânea e natural comparação simbólica de significados! Então a Mãe de Deus (que seja, Mãe da Igreja, tudo bem!) é associada, e eu disse "associada" (comparada simbolicamente, por analogia) à mãe dos humanos e dos próprios Orixás. Não consigo entender qual a dificuldade de entender isso!
           Vejo o sincretismo com olhos não só tolerantes, como sugere o mais autêntico cristianismo, mas, ainda mais, com muita simpatia! Muito me agrada ver que os povos, independentemente de conhecer Jesus, tenham uma índole voltada para a espiritualidade. Que sejam sensíveis a virtudes e valores, como a prática do bem, da caridade, do respeito ao próximo, aos mais velhos, ao amor familiar, etc! E isso, em termos de prática e não de teoria, muitas vezes me sensibilizou bem mais do que o discurso - apenas discurso - de alguns cristãos "da boca para fora".
           O fato é: se as pessoas procuram a Casa de Deus, elas procuram a Palavra de Deus! E a Palavra de Deus é forte por si mesma, capaz de transformar a Fé e a Consciência de qualquer pessoa. Mas o tempo do processo - ah, o tempo! - esse pertence somente a Deus.
           Cada um no seu tempo de compreensão. Entendo que toda a pessoa que procure a Igreja, com ou sem pipoca, deva ser acolhida igualmente, sem distinção. Isso foi o que Jesus Cristo ensinou, quando acolheu prostitutas, leprosos, doentes, cobradores de impostos... todos, sem distinção!
           Minha única ressalva é que tudo tem limite. A missa é a missa, e não pode ser deturpada. E quando digo que não pode ser deturpada, é em sua essência, e não em sua forma exterior! Que ninguém entenda que estou criticando missas com atabaques ou coisa assim. Pelo contrário! Acho isso plenamente aceitável, dentro de um plano muito amplo de diálogo e convivência cultural! Mas atabaques na missa caracterizam apenas uma roupagem exterior, e isso não é importante! O que não pode ser deturpado é a missa em sua essência, em sua estrutura interna, em seu profundo - muito profundo - significado... e mistério! E tanto creio estar certo, que eu, morando na Bahia e frequentando as igrejas das irmandades, nunca vi, nunca, uma missa que eu pudesse chamar de "deturpada"! O respeito é absoluto! E dou Graças a Deus por isso.
           No mais, como é belo podermos conviver como irmãos, sem preconceito de credo, de cor, político, de orientação sexual ou seja lá o que for! Vejo nesta postura de coração aberto o mais autêntico ensinamento de Jesus Cristo.
           Então, embora algumas pessoas muito ignorantes digam com desprezo, ironia e uma indiscutível maldade: "ah, você é da Igreja da Pipoca?" Sim, sou da Igreja da Pipoca, vejo isso com o coração aberto, com muita simpatia, com vontade de entender a fé dos irmãos! Claro, isso só é possível em São Lázaro por conta da Ordem dos Redentoristas contar com membros muito cultos e muito esclarecidos! Que Deus sempre os ilumine com sabedoria, tolerância, acolhimento, generosidade e, sobretudo, com humildade! Eu os admiro!
           E, mais uma vez, dou Graças a Deus por isso.
        Ainda mais um ponto importante: não vejo, pessoalmente, os Orixás como "deuses", mas sim como "forças de Deus"! Uma vez, na porta de um Candomblé famoso, vi um guia turístico orientar um grupo falando em inglês. Prestei atenção. Ao falar dos Orixás, eu esperava que ele se referisse a eles como "gods" (deuses), mas para minha surpresa, ele usou a expressão "like angels" ("como anjos")! Na minha humilde opinião, nenhuma religião do mundo é realmente "politeísta"; todas elas contemplam diferentes "manifestações" de Deus. Este ponto de vista me faz mais tolerante e compreensivo com a cultura e espiritualidade de todos os povos.
           E, mais uma vez, dou graças a Deus por isso!

Atenção: este artigo expõe as ideias absolutamente pessoais do autor, e ele, somente ele, é responsável pelos argumentos apresentados.

Giancarlo Salvagni


Um Texto Muito Belo



Salmos Chilenos
Luiz Fernando Pondé

           Dias atrás entrei na catedral de Santiago do Chile. Minha mulher, discípula de Guimarães Rosa, para quem "quanto mais religião melhor", adora todo e qualquer santo.
           Eu, mais miserável nesse assunto, apesar de não religioso, sou facilmente capturado pelo aspecto estético e sublime de templos sagrados. Foi um prazer ver e ouvir aquela missa "en chileno".
           A catedral silenciosa, discreta e com pouca luz, com sua altura gigantesca, nos ajudava a lembrar nosso lugar no mundo --que não me venham os inteligentinhos fazer o blá-blá-blá da crítica à religião, porque a conheço desde o jardim da infância.
           Sentir-se "em seu justo lugar no mundo" é parte clássica de toda boa espiritualidade, contra esse narcisismo dos "direitos do Eu total" de hoje, essa coisa "ninja brega".
           Este "justo lugar no mundo" é parte daquilo que o historiador das religiões Mircea Eliade chama de perceber que não somos o "axis mundi" (o eixo do mundo). Toda verdadeira espiritualidade deve nos ajudar a vivenciar este "descentramento" de nosso próprio valor.
           O mistério me encanta e me faz sentir menos banal. A sensação da banalidade de tudo me esmaga continuamente. Sou um peregrino da falta de sentido. Uma testemunha da noite escura da alma de San Juan de la Cruz e Terrence Malick. Não levo a sério ateus militantes que ainda acham que ateísmo é "evolução espiritual". Para mim, ateísmo é, apenas, o modo mais óbvio de ser e um estágio elementar em filosofia.
           Fiquei ateu com oito anos. Alguém poderia dizer que com os anos me tornei um ateu encantado pelo "personagem" Deus e pela possibilidade de existir o perdão no mundo, justamente porque, no fundo, não o merecemos. Sou cego, mas pressinto o espaço à minha volta.
           O padre em sua homilia falava da alegria da vida. O papa Francisco quando cá esteve tocou neste tema, falando da "religião da alegria". Não se trata de autoajuda, como pode parecer aos desinformados, mas da mais fina teologia moral cristã (e judaica também). O que é essa alegria? Vejamos.
           A vida é precária. A pobreza (material, espiritual, psicológica) é como a gravidade, na hora em que relaxamos, ela nos consome. É uma questão de tempo. Nosso caminho é "para baixo". Não é à toa que tomamos antidepressivos o tempo todo, cada um se vira como pode. A solidariedade na melancolia devia nos unir a todos. O que não perdoo na autoajuda é que ela mente para nosso justo desespero dizendo que ele é mera questão de incompetência.
           É aqui que começa a consistência da teologia da alegria a qual se refere o papa Francisco: temos todas as razões "materiais" do mundo para sermos tristes, o milagre é não sermos tristes todo o tempo.
           Confiar na vida é quase impossível. A fé na vida é um mistério e um dom. Muito mais caro do que a inteligência e a cultura --não as desprezo, porque inclusive elas são quase tudo que tenho.
Este é o sentido de fé como "estar acompanhando" em sua encíclica "A Luz da Fé".
           A alegria da qual falava o padre chileno e o papa Francisco é a "alegria teologal", aquela que nasce das três virtudes teologais básicas: a esperança, a fé e a caridade (o amor).
           Ter esperança, crer na vida e amar são experiências que separam a infância espiritual da maturidade d'alma. O desespero é o caminho mais curto entre dois momentos na vida. A esperança é que é o milagre para quem enxerga o mundo como ele é. Por isso, toda literatura espiritual séria começa pelo vale das sombras.
           Dizer que uma virtude é teologal é dizer que ela é fruto da graça de Deus, não uma dedução a partir dos fatos do mundo. Dos fatos, apenas deduzimos o desespero. Mas, por isso mesmo, esta alegria, quando nos visita, tem o hálito divino, por sua própria quase total impossibilidade de ser, para quem reconhece o vale das sombras à nossa volta. Na mística, esta alegria pode nos levar às lágrimas. Este é o conhecido "dom das lágrimas", marca de quem vê a beleza do mundo em meio ao véu absoluto do desespero.
           Nada a ver com religião como muleta, mas sim com uma espiritualidade de quem caminha só, eternamente, entre sombras.



Folha de S. Paulo, 26 de agosto de 2013.